Quando a noite vai chegando
penso ás vezes
numa velha casa na colina
e em um quintal vasto e
florido
onde as crianças brincavam a
vontade.
É quando a noite chega enfim,
aquietando
a alegre e barulheira
mamãe dá uma olhada e
pergunta –
já entraram todas as
crianças?
Oh! Já faz muito, tempo isso,
e a velha casa na colina
já não ressoa com passos
infantis
e o quintal está quieto,
muito quieto.
Mas vejo toda a cena quando
as sombras chegam,
e embora muitos anos tenham
passado
posso ouvir mamãe perguntar
– já entraram todas as crianças?
Pergunto-me se quando
chegarem as sombras do
último e breve dia da terra,
quando nos despedirmos do
mundo lá fora
cansados das nossas
brincadeiras infantis
quando pisarmos a outra terra
onde mamãe há tanto tempo já
está
ouviremos sua pergunta como
antigamente fazia:
já entraram todas as
crianças? - Anônimo
Li esse poema pela primeira vez no
livro do James Dobson¹ – Conversa Franca. Já li e reli algumas vezes e sempre
que leio me lembro da minha avó, Cecília. Vozinha morava em frente a minha
casa, era evangélica desde mocinha e muito temente a Deus. Lembro que todos os
dias de tardezinha tinha culto familiar na casa dos meus avós. Os filhos que
moravam perto participavam sempre, os que moravam distantes compareciam pelo
menos uma vez por semana.
Além dos tios, os primos também
compareciam, só que, para brincar. Eu não gostava muito quando brincando de
pega, pega passava pela sala, porque vozinha, de olhos fechados, passava a mão e
nos puxava para a oração, ela segurava bem firme a nossa mão para não soltar. Dona
Cecília era intercessora e na sua vez de orar citava nominalmente todos os
filhos, noras, genros, netos, sobrinhos, enfim, todos os parentes, eis o motivo
de eu não gostar dessa reunião, é que, para uma criança, é difícil participar
de orações tão compridas.
Dessa infância ficou o ensinamento de
como é importante ensinar a criança o “caminho em que deve andar”. Todos os filhos de vozinha
são evangélicos, alguns já moram no céu e apenas um enquanto ela era viva, não
tinha ainda se convertido, se converteu alguns anos após a morte de vozinha e
esse tio há pouco foi também morar no céu.
Quantos dos nossos filhos têm
presenciado cenas tão marcantes de busca da intimidade com Deus? Quantos filhos
veem seus pais lendo a Bíblia, orando e obedecendo? Quantos pais oram
diariamente com os seus filhos? James
Dobson diz que desde o nascimento dos filhos, uma vez por semana, jejua em
favor dos mesmos e que o seu bisavô, todos os dias, entre onze e meio dia, tirava
para orar pela família.
Dona Cecília intercedia diariamente para que todos os
seus pudessem um dia morar com o Deus que “amou o mundo de tal maneira que deu
o seu Filho Unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha
a vida eterna”(João 3:16)
¹ James Dobson é professor, psicólogo
e pediatra norte americano e autor de muitos livros. Indico os que já li: Coragem
para os pais; Conversa Franca; Como lidar com a teimosia de seu filho.