Muitas vezes o nosso discurso, a nossa liturgia de culto, a mensagem e louvor
pouco ou nada tem a dizer para o
descrente. Queremos alcançar o não crente, mas fazemos culto só para crente. Nos distanciamos tanto que não conseguimos mais dialogar com quem não faz parte do
“gueto evangélico”, falta assunto. Não é pecado, como alguns apregoam, conservar
e fazer amizades fora do mundo cristão,
na verdade faz bem, nos torna mais humildes, mais encantados com o amor de Deus que é para todo aquele que crê. Dificilmente Jesus era encontrado junto aos
religiosos da sua época, ele gostava de estar entre o povo e principalmente
entre os rejeitados e marginalizados, ali ele semeava amor em ação. Quem se isola
e se enclausura nos seus dogmas é porque está inseguro na caminhada com Deus,
tem receio de perder a fé. Quem anda intimamente com Cristo está seguro da sua
identidade, portanto não tem medo de se relacionar com o mundo pelo qual Jesus
deu a sua vida.
Nossos cultos precisam refletir mais o amor de Deus, nossa
linguagem precisa ser acessível, nosso discurso mais coerente e nossas igrejas mais acolhedoras e o verdadeiro Evangelho mais anunciado. O mundo carece da Igreja como sal e luz. Ela não deve se esconder, mas no mundo, buscar com sabedoria alcançar as ovelhas perdidas do Pai e para isso precisa se fazer entendida sem se contaminar.