O cair das folhas é uma
analogia oportuna com o que acontece na estação do outono no casamento. No
inicio do outono, o casamento parece maravilhoso visto de fora. Mas, dentro do
casamento, as coisas estão mudando. E quando os ventos frios chegarem, então, a
deterioração do casamento poderá ser vista por todos. O outono passa a ser o
prelúdio do inverno. Como acontece com as outras estações do casamento, o
outono tem um conjunto próprio de emoções, atitudes e ações.
As emoções do outono
As emoções do outono
incluem sentimentos de tristeza, apreensão e rejeição, às vezes acompanhados
por um sentimento de vazio emocional. O casal na época do outono está ciente de
que as coisas não estão bem, embora esteja ou não expressando esses sentimentos
um ao outro. Todavia, eles estão incomodados com a situação de seu
relacionamento.
Algumas vezes, o outono
vem logo no inicio de um casamento.
As emoções comum em um
casamento que encontra-se no outono são: medo, tristeza, rejeição e solidão.
Essas emoções também podem vir acompanhadas por sentimentos de depressão, falta
de estima e ressentimento para com o cônjuge.
As atitudes do outono
A principal atitude da
estação do outono no casamento reside em uma grande preocupação com a situação
do casamento e na incerteza com relação ao rumo que as coisas estão tomando.
A maioria das pessoas não
quer estar na estação do outono no casamento; em virtude disso, elas se
preocupam. Elas reconhecem que estão ocorrendo muitas mudanças e, portanto, se
sentem pouco à vontade com o que talvez esteja acontecendo em seu
relacionamento.
As ações do outono
Nesta seção, vamos
discutir as ações que levam casais à estação do outono no casamento e as ações
que os desencaminham. Sem dúvida, a primeira ação que contribui para a estação
do outono no casamento é – de forma esmagadora – a negligência, ou não fazer nada.
A suposição implícita
parece ser a de que o casamento se encarrega de si mesmo. Marido e esposa têm
os próprios interesses à parte e se esquecem de fazer os tipos de coisas que
criam um relacionamento conjugal positivo. Por essa razão aos poucos eles se
afastam um do outro.
Sem dúvida, a negligência
é o que leva os casais à estação do outono no casamento. Quando o marido e a
esposa deixam o relacionamento à deriva, os dois sempre se afastam um do outro.
Quando eles se distanciam, a vida fica incerta e assustadora.
Talvez venham a bater
contra a realidade de que seu casamento está na estação do outono por causa de
alguma crise, como um caso extraconjugal, mas na verdade é que eles estavam na
estação do outono havia semanas – talvez meses – antes que a crise viesse à
tona.
As folhas mudaram de cor
e, lentamente, caíam dos galhos, mas eles não reconheceram isso porque não
estavam em sintonia um com o outro. A resposta deles à crise vai empurrá-los
para o inverno ou vai levá-los novamente para a primavera.
Quando percebem que estão
na estação do outono no casamento, os casais têm uma escolha: eles podem fazer
coisas positivas que levem novamente à primavera ou verão, ou podem fazer
escolhas destrutivas que levem ao inverno e possivelmente ao fim do casamento.
Uma das ações que
perpetuam o outono ou levam ao inverno é não procurar resolver os problemas.
Clima do relacionamento
Afastamento,
desprendimento - Na estação do outono os casais sentem que algo está
acontecendo, mas não sabem ao certo o que é. Há
uma sensação de desunião. Um dos cônjuges ou ambos começam a se sentir
abandonados. Os casais percebem a existência de alguns problemas que eles não
estão enfrentando com honestidade. Parece que estão separados emocionalmente, e
cada um tem a tendência de culpar o outro. Se eles ficarem na estação do outono
por determinado tempo, os amigos e familiares talvez estejam reparando nas
mudanças.
Aproveitando ao máximo o outono
No último estágio do
outono, as folhas se vão e o vazio do relacionamento fica visível. É esse vazio
emocional que causa preocupação, incerteza e medo. A consciência amanhecente da
separação, com frequência, motiva um dos cônjuges ou ambos a procura ajuda.
Talvez eles concordem em participar de um seminário para casais, procurar a
ajuda de um conselheiro ou ler e discutir um livro sobre casamento.
Uma jovem esposa disse
certa vez: “Nunca pensei que faria aconselhamento, mas estou tão preocupada com
o que está acontecendo em nosso casamento. Sei que precisamos de ajuda e não
quero esperar até que seja tarde demais”.
As incertezas do outono
podem revelar-se uma tábua de salvação se o casal se voltar para a direção
certa.
O outono pode levar
diretamente à primavera ou a uma volta ao verão. Todavia, se os casais
simplesmente deixarem que “a natureza siga seu curso”, inevitavelmente
despertarão no inverno.
Estratégia para remover o casamento do
outono
Desenvolva o impressionante poder de ouvir
com empatia
Falar e ouvir – parece tão
simples. Se é assim, então por que, ao responderem em uma pesquisa à pergunta:
“Por que seu casamento fracassou?”, 80% dos indivíduos divorciados disseram:
“Falta de comunicação”?
Teria sido possível salvar
e restaurar esses casamentos? Acredito que a resposta seja afirmativa – se os
casais tivessem aprendido alguns padrões de comunicação positivos. A chave para
melhora a comunicação com o cônjuge está em desenvolver o poder de ouvir com
empatia.
Empatia significar entrar
no mundo da outra pessoa, procurar se pôr no lugar dela e ver o mundo pela
perspectiva dela.
Um marido empático procura
entender o que a esposa está experimentando – seus pensamentos, sentimentos e
desejos. E o mesmo acontece com uma esposa empática com relação ao marido. Ela
procura entender os sonhos, as esperanças, os medos dele.
Ouvir com empatia encoraja
outras pessoas a conversarem, porque elas sabem que serão ouvidas.
Dicas para ouvir com
empatia
PRIMEIRO:
Uma das características da atitude de ouvir com empatia é desenvolver uma atitude
genuína de compreensão.
Por natureza somos todos
egocêntricos. O mundo gira ao meu redor. A maneira pela qual eu penso e me
sinto é a questão mais importante. Damos um grande passo rumo à maturidade
sempre que optamos por desenvolver uma atitude de empatia – buscando
sinceramente entender os pensamentos e sentimentos de outra pessoa.
Pedro desafia
principalmente os homens quando escreve aos maridos: “Vivei a vida comum do lar, com discernimento; e, tendo consideração
para com vossa mulher como parte mais frágil, tratai-a com dignidade” (1
Pe.3.7).
SEGUNDO:
Outro importante aspecto da atitude de ouvir com empatia é optar por guardar nosso
julgamento sobre as ideias de nosso cônjuge.
Aqui, mais uma vez, talvez
precisemos mudar radicalmente nosso modo de pensar. Afinal, guardamos opiniões
sobre quase tudo e estamos convencidos de que nossa perspectiva está correta.
Do contrário, mudaríamos nossos pontos de vista, não é? Mas quando dizemos:
“Minha maneira de ver a situação é como ela é”, estamos deixando de reconhecer
que nosso cônjuge pensa a mesma coisa acerca de suas próprias opiniões.
Visto que nós dois somos
egocêntricos, muitas vezes temos opiniões divergentes sobre a mesma situação.
Isso simplesmente faz parte do ser humano e do estar casado. Os cônjuges com
frequência vêem as coisas de modo muito diferente.
TERCEIRO:
A terceira característica da atitude de ouvir com empatia é a mais importante
e, contudo, também a mais difícil: aceite seu cônjuge mesmo quando você não
concorda com as ideias dele.
Como fazer isto? Aceitando
seu cônjuge pelo fato de ele compartilhar suas ideias e sentimentos com você.
Em outras palavras, você expressa sua gratidão ao cônjuge por ele mostrar-se
aberto e sincero com você.
A afirmação é um grande
passo que vai além do simples fato de guardar o julgamento. Ao aceitar seu
cônjuge verbalmente, você lhe dá a liberdade de ter ideias diferentes das suas
e ter sentimentos que você não teria em uma mesma situação.
QUARTA: O
auge da atitude de ouvir com empatia é compartilhar as próprias ideias só quando
seu cônjuge se sentir compreendido.
Por natureza, somos
rápidos em dar nossas ideias. Na verdade, uma pesquisa mostra que a pessoa
comum escuta o que a outra diz por dezessete segundos antes de interrompê-la
para dar as próprias ideias sobre o assunto.
Na pior das hipóteses,
isso consiste em ouvir de modo egocêntrico e raramente resulta em uma conversa
produtiva. Entretanto, ouvir com empatia cria um clima positivo no qual é quase
certo que seu cônjuge vai querer ouvir o que você tem a dizer.
Quando seu cônjuge se
sentir compreendido, em vez de censurado ou reprovado, ele ficará muito mais
aberto para ouvir seu ponto de vista. Ouvir com empatia estimula sentimentos
positivos. O erro mais comum em grande parte das conversas conjugais é a ação
de expressar de forma precipitada as ideias. Tal comportamento quase sempre
acaba em discussões inúteis, que deixam o casal mais afastado um do outro e o
casamento preso no outono.