13 de novembro de 2012

Que tipo de pessoas as nossas igrejas estão produzindo?


         

“Venham a mim, todos os que estão cansados, e sobrecarregados, e eu lhes darei descanso”. Mateus 11: 28
         


 Acredito que há hoje, dentro das nossas igrejas, dezenas de pessoas sobrecarregadas, cansadas, angustiadas por diversos problemas e principalmente de ordem eclesiástica. A igreja que deveria ser o lugar de cura para as feridas da alma, se tornou, em muitos casos, a causa de tantas chagas.

          Outro dia estava lendo um livro onde o autor narrando o episódio da mulher pega em adultério, aproveita para falar sobre  igrejas  que produzem apedrejadores. Foram os religiosos que pegaram em pedras para atacar àquela mulher. Eles a arrastaram pelas ruas e a jogaram aos pés de Jesus. E quantas vezes, vemos essa mesma cena dentro das nossas igrejas? Irmãos sendo levados ao “tribunal” para serem julgados pelos que detém a “reta doutrina”. Porém, diferente de Jesus que convida o cansado e ferido para o descanso, eles pegam em pedras. Pedra da acusação, da humilhação, da difamação, da intolerância, do preconceito, da exclusão, da indiferença, da condenação.

         Quando eu era adolescente numa igreja tradicional, vi jovens sendo levados ao “tribunal” nos culto de sessão. Ali o seu pecado era minuciosamente compartilhado para toda a igreja que, depois de ouvir o “réu”, sentenciava a condenação: tantos dias sem participar da ceia, sem exercer cargo na igreja, ou a exclusão da comunidade. Infelizmente, esse procedimento adotado pela maioria das igrejas daquela época, em vez de trazer cura e correção lançava a ovelha para mais longe do aprisco, geralmente ela ia embora cabisbaixa, envergonhada, humilhada com todas as feridas abertas, sangrando diante de uma plateia fria, e claro, “santa”. Certa vez, depois de um desses cultos, minha irmã disse para o pastor quando este estava na porta cumprimentando os irmãos: “pastor a gente demora tanto tempo para ganhar uma vida para Jesus e vocês jogam fora com tanta rapidez”.

        Há uma cena que ficou gravada na minha mente de adolescente, se passou no dia em que eu dei a minha profissão de fé para o batismo nas águas. Havia uma jovenzinha de família muito pobre, filha de pai alcoólatra, criada pela avó que era uma serva de Deus.  Essa jovem participou comigo das aulas para preparação para o batismo. No dia da profissão de fé ficávamos todos de frente para a igreja que nos fazia algumas perguntas: joga baralho, na loteria, vai ao cinema, lê horóscopo? etc. Depois de respondermos o pastor perguntava se alguém era contra o batismo dos presentes ali na profissão de fé. Uma senhora se levantou e começou a acusar essa jovem de ficar até tarde brincando na rua com outros jovens descrentes, dizendo que não concordava com o seu batismo, que ela não estava preparada. Simples assim, não teve provas, apenas a fala de uma senhora da igreja. Essa menina diante de toda a congregação recebeu a sua sentença: não poderia se batizar. Saiu envergonhada, chorando por não poder confessar a Cristo publicamente. Depois daquele dia ela que sempre era presente no seio da igreja chegou a participar das Mensageiras do Rei, nunca mais voltou e tempos depois veio a falecer, enveredou-se pelo álcool.

         Quem está ferido não precisa de pedradas, mas da cura, e a igreja deveria ser esse lugar, mas ela se esqueceu das palavras do Mestre: “Não vim buscar os sãos, mas os doentes”. O doente não pode ser recebido com pedradas e sim com remédio. O amor, a graça e a misericórdia de Jesus é o refrigério que deveria emanar da Sua igreja para todos os que entram por suas portas a procura de alívio.

         Que tipo de pessoas as nossas igrejas estão produzindo? As que pegam em pedras ou as que limpam as feridas com misericórdia?
         Às vezes fico intrigada achando que o Jesus pregado em muitas igrejas não é o mesmo dos Evangelhos.

      “...Mulher, onde estão eles? Ninguém a condenou? ... Eu também não a condeno. Agora vá e abandone a sua vida de pecado. João 8: 10-11

     “...aprendam de mim, pois sou manso e humilde de coração, e vocês encontrarão descanso para as suas almas. Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve.” Mateus 11: 28-30

Ótima semana para você.


3 de novembro de 2012

Perdão - liberta o prisioneiro



         Quantas pessoas viveriam hoje outra realidade se colocassem o perdão em prática. Quantos fardos cairiam das costas, quanta amargura seria deixada de lado,  se tão somente perdoassem.

“Uma vez ouvi um rabino imigrante fazer uma declaração espantosa. ‘Antes de vir para a América, precisei perdoar Adolf Hitler’, ele disse. ‘Eu não queria trazer Hitler dentro de mim para meu novo país”. Philip Yancey (Maravilhosa graça p 104)
“A primeira e geralmente única pessoa a ser curada pelo perdão é a pessoa que perdoa... quando genuinamente perdoamos, libertamos um prisioneiro e então descobrimos que o prisioneiro que libertamos éramos nós”. Lewis Smedes
“Aquele que não pode perdoar destrói a ponte sobre a qual ele mesmo tem de passar”. George Herbert



A Igreja é fundamental para o cristão



Gosto das palavras de Nouwen sobre a igreja e concordo com ele quando diz que não dá para caminhar com Jesus fora da comunidade.  

“ se você está buscando com seriedade o caminho específico em que deve andar para seguir a Jesus, peço-lhe que não faça isso sozinho, mas que aja dentro de uma comunidade cristã. Cada vez mais percebo que o caminho de Jesus não pode ser encontrado fora da comunidade daqueles que creem nele, e tornam visível a sua fé reunindo-se em torno da mesa da Comunhão. A comunhão é o coração e o centro daquilo que é ser igreja. Sem ela, não há povo de Deus, não há comunidade de fé, não há igreja.” ( BITUM, 2009: p 209)

 Apesar de existir  tantas igrejas adoecidas e que adoecem, ainda há comunhão em comunidades que não buscam o estrelato, nem cultua a personalidade, mas que vivem para a glória de Deus.

Como você gostaria de ser lembrado?

 Como você gostaria de ser lembrado?  "...havia em Jope uma discípula chamada Tabita, que em grego significa Dorcas; que se dedicava ao...