16 de novembro de 2013

Culto açucarado



        Eu não sei como alguns cristãos conseguem passar 40 minutos em uma igreja, ouvindo uma mensagem açucarada, recheada de psicologia popular e promessas de prosperidade misturada com  textos fora do contexto, o culto coach. Outro dia ouvi um pastor pregar uma mensagem expositiva, centrada na Bíblia, altamente esclarecedora e edificante, porém, mais da metade da igreja se remexia incomodada, torcendo para o culto acabar, não se ouvia um glória a Deus, nem um amém. Mas, se no lugar desse pastor, estivesse um “animador de auditório”, cheio de frases de efeito, rasas, que não levam a lugar algum, que só mexem com as emoções,  a igreja pegava fogo. Uma pena que a igreja ficou preguiçosa, não lê, não critica, não reflete. 
       Acorda igreja!


16 de outubro de 2013

RENEE STEARNS - "Quero apenas ajudar as pessoas que são realmente pobres"



       "Há vinte e oito anos, Renee casou-se com o seu namorado da época de faculdade, Rich, presidente da World vision US. Antes de formar uma família Renee serviu de advogada prestando serviços legais aos pobres. Nesse período, criou cinco filhos e trabalhava ativamente no ministério da igreja como palestrante e professora. Deus lhe deu o privilégio de trabalhar lado a lado com ele na realização de seus propósitos para
o mundo, seja na luta contra uma epidemia de AIDS, alimentando os pobres ou consolando viúvas e órfãos.
          Se, quando era só criança, lhe perguntassem o que ela gostaria de ser quando crescesse, Renee diria claramente: “Não quero ser enfermeira nem professora. Quero apenas ajudar as pessoas que são realmente pobres”. Desde que se torno cristã, na adolescência, Renee aprendeu que seu relacionamento com Jesus Cristo é um processo de crescimento e desenvolvimento que dura a vida inteira. Ela sabe que isso é muito mais que uma aparência espiritual, é uma jornada de obediência a Cristo e à sua Palavra. Essa atitude continua a leva-la a aprofundar seu conhecimento e entendimento de quem Deus é e o que ele deseja para  sua vida. Ela tem prazer em olhar para ele diariamente antes de dar o próximo passo.
          Renee afirma:
Dói o meu coração ver as pessoas se recusarem a aceitar o chamado porque acham que os problemas do mundo são muito grandes e sua contribuição será insignificante. A verdade é que Deus está nos observando para ver o que faremos com o que ele nos deu, seja pouco seja muito."


Fonte: Brazelton, Katie – Oração com propósitos para mulheres: Uma experiência devocional que mudará sua vida para sempre. São Paulo: Editora Vida, 2007. (Pgs 211 a 212).

4 de setembro de 2013

Lições de uma poetisa




          Em uma noite qualquer de 2009, totalmente sem sono, peguei o controle da televisão e comecei a passear pelos canais a procura de algo interessante para assistir. Encontrei uma entrevista no Globo News com a poetisa Adélia Prado. Só a conhecia das citações nos livros de Rubem  Alves. Como ela é culta e simples ao mesmo tempo! A sua fala prendeu a minha atenção, fiquei grudada na tela sorvendo a sua sabedoria de vida. Fui me envolvendo com o discurso inteligente e profundo daquela mulher que nem vi o tempo passar. De tudo o que ouvi, duas coisas me chamaram a atenção: “Existe uma mendicância do amor. O ser humano quer ser amado”, disse Adélia. Lembrei-me na hora das crianças do Centro Social na periferia de Sobral onde fui coordenadora. Assim que eu chegava vinham ao meu encontro várias crianças, me abraçavam e iam logo perguntando: “Tia eu já tenho madrinha?”  Eu ficava muito triste quando tinha que responder que não. Ter madrinha ou padrinho afetivo significava ser amado, lembrado, presenteado, querido, e isso, na vida de uma criança que mora na periferia, esquecida do poder público, em situação de vulnerabilidade faz uma enorme diferença. Todos nós somos carentes de afeto, e não devemos permitir que a nossa agenda super lotada venha nos privar, de receber e dar carinho. Meu sogro costuma dizer no púlpito da igreja: “ Um abraço pode curar”. Mas temos tido tempo para um abraço?
          O mais precioso  Adélia deixou para falar no final da entrevista. Ao responder a pergunta do entrevistador, ela revelou o porquê  da sua   alma ser linda. “O que mais você quer da vida”, foi a pergunta. Ela respondeu: “ Que todos tenham um encontro transformador com Jesus.”
          Só Jesus transforma “ pranto em dança,”  disse Henri Nouwen. Vi muitas crianças terem suas vidas transformadas lá na periferia, onde a sociedade não enxerga. A esperança passou a brilhar nos olhinhos de muitas delas que conseguiram ver além da pobreza extrema. Hoje fico feliz quando escuto que alguns estão na faculdade, trabalhando e servindo a Cristo. O encontro com Jesus é transformador, já não precisamos mendigar por carinho, pois o amor do Senhor é suficiente para dar sentido à nossa vida.
Sábia Adélia, que o desejo dela vire realidade – “Que todos tenham um encontro transformador com Jesus.”


23 de agosto de 2013

Casamento – Cuidando um do outro


          No começo desse mês, realizamos mais uma reunião de casal  em uma das igrejas que pastoramos. Foi muito edificante ver um número significativo de casais na expectativa do que a noite reservava. Além da dinâmica que ressaltava a comunhão entre os irmãos e a mensagem abençoada, no final, entregamos para cada casal um desafio para pôr em prática. Na próxima reunião compartilharemos as experiências.
         Outro dia,  no final do culto, ao cumprimentar os irmãos, uma irmã comentou como tinha sido enriquecedora a reunião de casais e que o esposo estava cumprindo fielmente o seu desafio, que era dar um beijo na esposa sempre que saísse de casa. Ela ressaltou que ele estava tão fiel a sua incumbência, que algumas vezes voltou do meio do caminho, só para lhe dar um beijo – disse isso com um enorme sorriso no rosto.
          Mais tarde, ao entrar no Facebook, vejo uma mesa de jantar muito linda e romântica que um esposo preparou para a sua amada. Ela era só elogio para ele. Nessa mesma semana, essa irmã compartilhou o delicioso café da manhã que preparara para o esposo, diga-se de passagem, café da manhã na cama.
       Casais estão saindo para o cinema, preparando jantar romântico,  orando juntos, se beijando mais, escrevendo cartinha ressaltando as qualidades, dando presente fora de data especial, fazendo massagem depois de um dia cansativo de trabalho, enfim, estão praticando o romantismo, tão essencial  para a saúde do casamento.
       Enquanto casal, precisamos resgatar esses momentos preciosos de cuidar um do outro. Alguns alegam não terem tempo, mas ouvi ou li, que para aquilo que priorizamos, encontramos tempo. Então não é questão de tempo e sim, de prioridade. Aqueles que ignoram a importância de separar momentos para cuidar do relacionamento  pagam um alto preço, o preço de, ao longo dos anos, se tornarem mesmo dentro da própria casa, estranhos.
        Esses pequenos desafios precisam ser feitos constantemente. Muitos  deixam a rotina tomar conta do relacionamento e se acomodam a mesmice de sempre.  Em aconselhamentos já ouvimos de cônjuges o triste relato de que há meses não se beijam, não falam mais eu te amo, não saem mais sem os filhos,  não dormem mais juntos porque quem ocupa a cama ao lado da esposa é um filho, não sentem mais atração um pelo outro, que nunca oraram juntos, etc. Por isso,  a importância de resgatar esses momentos preciosos que ajuda a revigorar a união e dá mais sabor ao relacionamento.
         Não deixe de cuidar do seu casamento, dedique tempo programando momentos a dois, curtam um ao outro sem pressa e acima de tudo, dê a Deus o primeiro  lugar nessa união, assim estarão seguros e edificados na Rocha, nenhuma tempestade destruirá.         
         Que Deus abençoe o seu casamento, e os desperte a cada dia pra cuidarem um do outro cada vez mais.








22 de agosto de 2013

Se eu pudesse viver novamente



 “ Eu teria convidado amigos para jantar, mesmo que o carpete estivesse manchado e o sofá desbotado. Teria sentado no gramado com meus filhos sem me preocupar coma as manchas de grama. Nunca teria comprado coisa alguma apenas por ser prática, por não estragar com facilidade ou ser garantido para a vida toda. Quando um filho meu me beijasse impetuosamente, nunca teria dito: ‘Depois. Agora vá lavar as mãos para o jantar’. Teria havido mais Eu te amo e mais Desculpes, mas acima de tudo, dada uma nova chance de vida, eu abraçaria cada minuto, olharia para ele de forma a realmente vê-lo, vive-lo e jamais abrir mão dele.” Texto de Ema Bombeck  (Extraído do livro O Evangelho Mal Trapilho) 
        Não só Ema Bombeck, outros escreveram sobre o que fariam se tivessem uma segunda chance na vida e pudessem voltar no tempo . Ao ler esse texto veio-me a mente a letra da música Epitáfio do grupo Titãs.
Devia ter amado mais
Ter chorado mais
Ter visto o sol nascer
Devia ter arriscado mais
E até errado mais
Ter feito o que eu queria fazer...
Queria ter aceitado
As pessoas como elas são
Cada um sabe a alegria
E a dor que traz no coração...
Devia ter complicado menos
Trabalhado menos
Ter visto o sol se pôr
Devia ter me importado menos
Com problemas pequenos
Ter morrido de amor...
        E quando lemos um texto como o da Ema - "Se eu pudesse viver novamente-, e a poesia dos Titãs, um filme passa na cabeça da gente e percebemos o quanto desperdiçamos momentos valiosos a fim de cumprirmos um ritmo insano, uma agenda estressante. Corremos muito atrás de um padrão de vida ideal e deixamos simplesmente de viver, pois viver é curtir esses momentos ao lado dos que amamos: apreciar o desenho do filho,  assistir aquele filme açucarado na companhia da filha adolescente, caminhar de mãos dadas com o esposo no final do dia e jogar conversa fora, rir do cotidiano, receber os amigos em casa mesmo sem banquete, sala arrumada ou sofá novo, não deixar de ir a praia por causa do excesso de peso, enfim, são situações simples do dia a dia que deixamos passar sem mesmo perceber, mas que lá na frente, vai fazer muita falta.
        Não dá para recuperar o tempo perdido, mas dá para fazer diferente a partir de hoje. Ame mais, chore mais, veja o sol nascer, arrisque mais, erre mais, aceite as pessoas como elas são...
       


28 de junho de 2013

ORAÇÃO, OPORTUNIDADE PARA DEUS NOS REMODELAR

 
           Acredito que a comunhão com Deus através da oração, do momento a sós é primordial para o crescimento espiritual. Leio Yancey e Nouwen há muito tempo, o que escrevem edifica a minha vida, por isso compartilho com você parte do capítulo 11 – Peçam, busquem, batam à porta – do livro Oração: Ela faz alguma diferença? De Philip Yancey.    
 Boa leitura!!




Por que devo passar uma hora em oração quando, durante esse espaço de tempo, nada mais faço senão pensar nas pessoas com quem estou zangado ou estão zangados comigo, em livros que deveria ler e livros que deveria escrever e milhares de outras coisas bobas que por acaso tomam conta de minha mente por um instante. ( Henry Nouwen)

          “Henry Nouwen faz essa pergunta de diferentes maneiras, aventando diversas respostas. Às Vezes ele recorre à necessidade de disciplina espiritual, de ser leal até mesmo sem uma recompensa aparente: ‘Devemos orar primeiramente porque é bom e nos ajuda, mas porque Deus nos ama e quer nossa atenção.’

         Por fim, Nouwen conclui que ‘sentar-se na presença de Deus durante uma hora cada manha – dia após dia, semana após semana e mês após mês, em total confusão e com mil distrações – muda a minha vida radicalmente.’ Ele aprendeu humildade e dependência, e depois de horas de persistente oração sem nenhum sinal óbvio de seus frutos, percebeu que uma voz minúscula e suave estivera de fato falando o tempo todo.

         ‘A oração não faz Deus mudar de ideia, mas muda quem ora’? Talvez, em algumas ocasiões, as mudanças internas forjadas por meio da oração possibilitem respostas que há muito tempo estejamos procurando – a “mudança” em Deus, se você prefere dizer assim.  A oração persistente conduz-nos a um novo estado espiritual, à disposição da ação divina. Talvez seja por isso que Abraão, Moisés, Jacó e outros se acharam envolvidos numa luta tão feroz: essa aparente luta contra Deus estava desenvolvendo neles qualidades divinas desejadas por Deus o tempo todo.

         ‘Acaso o maior desastre possível, quando você está lutando com Deus, não é apanhar?’, pergunta Simone Weil. Em outras palavras, o que na hora parece uma derrota pode emergir como uma duradoura vitória. Jacó, o trapaceiro, caminhava orgulhosamente sobre ambas as pernas; Israel, o pai das nações, entrou para a História mancando. O verdadeiro valor da oração persistente não reside tanto no fato de que conseguimos o que queremos quanto na constatação de que nos tornamos a pessoa que devemos ser.

        [...] A exemplo de Pedro, podemos orar pedindo comida e receber uma lição sobre racismo; à semelhança de Paulo, podemos orar pedindo cura e receber humildade. Podemos pedir o escape da provação e receber paciência para suportá-la. Podemos orar pela soltura da prisão e receber a força para resgatar o tempo de aprisionamento. Pedir, procurar e bater à porta tem um efeito para Deus, como insiste Jesus, mas também exerce um efeito em quem pede, busca e bate à porta.

         [...] A oração oferece uma oportunidade para Deus nos remodelar, esculpir o mármore como um escultor, retocar as cores como um artista, editar as palavras como um escritor. O trabalho continua até a morte, embora nunca fique perfeito nessa vida.”

Fonte: YANCEY, Philip – Oração: Ela faz a diferença? São Paulo: Editora vida, 2007.
( Pg 189, 190,191)

9 de junho de 2013

Parabéns, pastores e pastoras, pelo seu dia!




          Não poderia deixar de passar por aqui, mesmo que rapidamente, sem deixar uma palavra sobre o dia do pastor. Dia esse cada vez mais esquecido em nossas comunidades. Se por um lado o "neopentecostalismo" endeusou a figura do pastor colocando-o acima do bem e do mal, por outro lado, para outros, ele foi esquecido e reduzido a um prestador de serviços. Poucos agradecem pelas visitas nos momentos de adversidades, casamentos celebrados, aconselhamentos, intercessão, mensagens que alimentam, batismos, palavras de encorajamento, ensino, cuidado, zelo, solidariedade, etc. 
          O dia do pastor era para ser lebrado e comemorado, pois são eles que domingo apos domingo, cuidam para que a verdade do Evangelho, seja verdade também, em nossas vidas.
Louvo a Deus pela vida de homens e mulheres chamados por Deus para conduzir o seu povo. Pastores e pastoras que não têm suas vidas por preciosas quando o que está em jogo é o Reino de Deus. Em especial quero parabenizar ao Pr. Célio Júnior, meu esposo, que por 18 anos tem servido ao Senhor com integridade, para mim exemplo de vida.
         Para todos os amados e amadas que servem ao Senhor em grandes e pequenas igrejas, faço minhas as palavras do apóstolo Paulo aos filipenses: "Estou convencido de que aquele que começou boa obra em vocês, vai completá-la até o dia de Cristo Jesus." Filipenses 1:6

31 de maio de 2013

ORAÇÃO DA MANHÃ

         
        


          Dietrich Bonhoeffer (1906 -1945), teólogo alemão, viveu  os difíceis anos da Segunda Guerra Mundial. Se engajou no movimento de resistência contra Hitler, foi  preso em 1943 e executado em 1945.
        Na prisão, expressou uma fé firme, e suas orações fortaleciam tanto os prisioneiros quanto os guardas. A oração abaixo é conhecida como oração da manhã, ele escreveu no Natal de 1943 e traz edificação até hoje a todos os que nela meditam.

“Deus, eu te chamo ao despertar do dia,
ajuda-me a orar
e a concentrar meus pensamentos a ti;
não sei fazê-lo sozinho.
Dentro de mim há trevas,
mas contigo está a luz;
Eu me sinto solitário,
mas tu não me desamparas;
Estou desanimado,
em ti, porém, está o meu auxílio;
Invade-me uma inquietude,
Tu, entretanto, és a paz;
Sinto-me tão amargurado,
mas contigo está a paciência;
Não entendo os teus caminhos,
Mas tu conheces o caminho bom para mim...
Senhor, seja qual for a experiência deste dia,
Teu nome seja louvado.
Amém”.


  



12 de maio de 2013

Feliz dia das mães



                   Ser mãe é ser generosa, altruísta, corajosa.
                   Desejo à todas as mães um dia feliz, principalmente àquelas que sozinhas criam os seus filhos, que não tem com quem compartilhar as responsabilidades, àquelas que enquanto avó, tia, madrinha, madrasta fazem o papel de mãe. À todas vocês, desejos que Deus as capacite cada vez mais nessa função sublime de ensinar um ser a caminhar rumo a maturidade. Que o Senhor as fortaleça nos momentos difíceis e lhes dê coragem para jamais desistir do filho, por mais difícil que seja a situação, sempre há esperança para aquele que anda de mãos      dadas com Jesus.
Feliz dia das mães!!!

27 de abril de 2013

IGREJA - A EXPECTATIVA ERRADA



        

       Gosto muito de ler Eugene Peterson por sua teologia sólida, equilibrada e contextualizada. Ele fala ao coração de todos, mas especialmente dos que lideram na igreja.

       O texto abaixo nos leva a refletir sobre a nossa expectativa errada com relação à igreja. Somos impacientes e muitas vezes sem misericórdia. Esquecemos que Deus é paciente, misericordioso e cheio de graça para com os seus filhos.

       "Quem se afilia a uma igreja na expectativa de participar de uma congregação feliz, harmoniosa e unida terá uma grande decepção. Podemos pressupor, também, que essa pessoa não leu as escrituras com muita atenção. De vez em quando, há exceções, algumas até bastante honrosas, mas todas as comunidades cristãs estão sempre em progresso, formadas de pecadores batizados em diversos estágios de desenvolvimento na vida de amor [...] Estamos aqui para ser formados ao longo de toda a vida numa comunidade de amados, amados de Deus que estão sendo transformados em um povo que ama a Deus e uns aos outros da maneira que Deus nos ama e segundo os seus termos[...] É um trabalho demorado. Somos aprendizes lentos. E apesar da paciência infindável de Deus para conosco, não temos paciência uns com os outros[...] Uma das principais tarefas da comunidade de Jesus é cultivar o amor ao longo de toda a vida em meio à confusão das famílias, vizinhanças, congregações e missões. O amor é complexo, exigente, glorioso e profundamente humano, e honra a Deus, mas - eis o detalhe importante - nunca é um produto acabado , nunca é uma realização: em maior ou menor grau, é sempre imperfeito[...]"

Extraído de: PETERSON, Eugene - A maldição de um Cristo genérico: A banalização de Jesus na espiritualidade atual- São Paulo: Mundo Cristão, 2007 pg 362, 363)

 





20 de abril de 2013

Não importa quem vai colher, o importante é semear



“Como são belos nos montes os pés daqueles que anunciam boas novas, que proclamam a paz, que trazem boas notícias, que proclamam salvação, que dizem em Sião: O seu Deus reina!” (Isaías 52:7).

          Desde criança ouvia histórias e testemunhos de missionários que se aventuravam em terras estrangeiras para proclamar as boas novas do Evangelho. Anos depois, no seminário, comecei a acumular as minhas próprias histórias, experiências dos evangelismos nas tardes de domingo no Seminário Betânia em Coronel Fabriciano; do ano prático na Jocum de Belo Horizonte; do impacto evangelístico no Paraguai. Lembro-me que sempre que voltávamos de um evangelismo havia a famosa pergunta: “Quantas pessoas aceitaram a Jesus?” Ficávamos frustrados quando o resultado era nenhuma, nenhuma pessoa havia aceitado o Salvador. Contudo, não era sempre assim, muitas vezes o resultado era uma bela colheita de vidas rendidas ao Senhor.
          Anos mais tarde, esposa de pastor, mais cobrança. Desta vez era para a igreja crescer. Nos corredores da denominação a pergunta se repetia frequentemente: “Quantas pessoas há na sua igreja?” Com a pergunta vinha à receita, a cereja do bolo, todos tinham uma fórmula para o crescimento da igreja e queriam passar.
          Vi pastores, dedicados, piedosos, honestos e fieis ficarem constrangidos quando o seu relatório por anos continuava quase o mesmo, embora a sua igreja estivesse viva e atuante. Missionários angustiados porque se viam obrigados a darem “resultados”, do contrário o destino seria o retorno do campo missionário.
          Aprendi, ao longo da caminhada cristã, que quem dá o crescimento é Jesus. Em algumas igrejas, nós arrancamos tocos para outro colher. Em outras, colhemos, o que outro semeou. Não tem uma receita pronta. Passamos por igrejas que cresceram de forma espetacular em pouco tempo, em outras, o crescimento foi muito lento, embora por onde passamos, trabalhamos com o mesmo empenho e dedicação. A obra é de Deus, o vento sopra aonde quer.
          Hoje a tarde, sem um livro novo para ler, fui até a estante  e  peguei “Para que serve Deus” de Fhilip Yancey e comecei a reler. Passeando por suas páginas, me deparei com a história verídica de um grupo de jovens missionários, fascinados com o que Deus estava fazendo através de suas vidas, no início da década de 1970, no Afeganistão. Segundo Yancey, o Dr. J. Christy Wilson, figura reverenciada no Afeganistão, resolveu levar o grupo de jovens missionários para fazer turismo no cemitério e aprender um pouco sobre missões.
          “Wilson levou os adolescentes a visitar um ponto turístico diferente: O único cemitério no Afeganistão onde podiam ser sepultados ‘infiéis’. Dirigiu-se para o primeiro túmulo, uma lápide antiga, marcada pelo tempo. ‘Este homem trabalhou aqui por trinta anos, traduziu a bíblia para a língua afegã’, disse ele. ‘Nem um único convertido. E neste túmulo ao lado jaz o homem que o substituiu, juntamente com seus filhos que aqui morreram. Ele labutou durante 25 anos e batizou o primeiro cristão afegão’. Enquanto o grupo caminhava por entre os túmulos, ele relatava as histórias dos primeiros missionários e seus destinos.” (YANCEY, 1998, Pg 217).
          Compreendi que “sucesso ministerial” não é fazer a igreja acontecer ou alcançar o maior número de pessoas em um curto espaço de tempo, mas se manter fiel aos princípios da Palavra de Deus, ao chamado do Senhor enquanto semeia, ora chorando, ora cantando, sabendo que no tempo certo a colheita acontecerá. Que o labutar não é em vão, pois não importa quem vai colher,  o importante é   semear e deixar o crescimento e colheita por conta do Dono da seara, nosso Senhor e salvador Jesus Cristo.
          Disse o apóstolo Paulo: “Eu plantei, Apolo regou, mas Deus é quem fez crescer.” ( I Coríntios 3:6)
         

5 de abril de 2013

E se desse a louca na igreja e ela... quisesse ser IGREJA?


Fonte: www.vemevetv.com.br

Não bata em pessoas feridas



          "[...] Jesus não batia em pessoas feridas. Quando seus olhos percorriam as ruas e colinas, ele sentia compaixão porque as pessoas estavam sem liderança. Ele nunca as diminuía, envergonhava ou ridicularizava. Ele tomou a iniciativa de buscar pelos perdidos e excluídos, porem não tentou convertê-los com uma rajada devastadora da Torah ou dos profetas Hebreus. Sua mente estava constantemente imbuída de misericórdia, ternura e perdão. Ele não passou um sermão na mulher surpreendida em adultério a respeito das consequências da infidelidade, ao contrário, Jesus viu sua dignidade sendo destruída pelos assim chamados ‘homens religiosos’. Depois de lembrá-los de sua solidariedade com o pecado, Ele olhou para a mulher com olhos de imensa ternura, perdoou-a e disse-lhe para não pecar mais. Nesse instante, eu e você estamos sendo vistos com o mesmo olhar de infinita ternura [...] "

        Esse texto é de Brennan Manning, um autor que sigo porque me inspira a buscar mais a Deus. Super recomendo!

      


Referência bibliográfica: MANNING, Brennan. Acima de tudo. São Paulo: Naos, 2006,  (Pg 71-72).

3 de abril de 2013

Qual é o seu campo missionário ?




          Quando falamos em “missões” a nossa mente viaja para lugares onde os cristãos são perseguidos, para tribos embrenhadas em densas florestas, para viagens distantes de casa, sacrifícios, renúncias, privações, Ufa! Logo colocamos missões de lado como se fosse algo só possível para um grupo seleto de pessoas escolhidas e vocacionadas por Deus para uma missão especial.
         De fato, muitos são vocacionados e chamados para cruzar fronteiras e penetrar em um mundo desconhecido a fim de plantar a semente da salvação. Nesse momento há muitos missionários em várias partes do mundo obedecendo  ao “ide” de Jesus.   “Portanto vão e façam discípulos de todas as nações [...]” Mateus.28:19; Assim como me enviaste ao mundo, eu os enviei ao mundo.” João 17:18. Todavia, o mais extraordinário de acordo com estes versículos, é que o chamado não é restrito a um grupo seleto, a um  clero elitizado, Jesus chamou todos os seus discípulos, homens e mulheres, a se comprometerem  com a grande comissão, seja indo ou ficando. Jesus nos comissionou para uma tarefa extremamente importante, a de proclamarmos as boas novas do Evangelho. O apóstolo Paulo escrevendo aos coríntios diz que nós “[...] somos embaixadores de Cristo, como se Deus estivesse fazendo o seu apelo por nosso intermédio”- 2º Coríntios 5:20. Não importa a geografia do seu chamado, seja ela do outro lado do mundo ou do outro lado da rua, o importante é que você é chamado a fazer missões no lugar onde você está inserido, esse imperativo é para todos.
          Qual é o seu campo missionário hoje? Quem é a pessoa que está perto de você e precisa ouvir uma palavra de esperança?  Quem está gritando por socorro e necessitando de salvação? Quem a beira de um abismo existencial suplica por ajuda? Quem caminha cegamente tateando uma saída no afã de encontrar luz no final do túnel? Quem na sua rua, entre os  seus parentes ou colegas de trabalho, quem sabe amigos, os próprios filhos, cônjuge, necessita hoje desesperadamente  ver Jesus em você?
          Muitas vezes estamos tão preocupados em fazer missões do outro lado do mundo, oramos, contribuímos e isso é muito  importante, mas não podemos  esquecer do filho deprimido dentro do quarto, da vizinha com a mãe em estado terminal, do amigo dependente de drogas, do colega de trabalho viciado em Rivotril, das crianças que moram nas calçadas do nosso bairro, do mendigo que não tem esperança, daquele que reside  ao lado da igreja e está deprimido pensando em tirar a própria vida.  Talvez você nem precise falar, pode ser que um abraço, um ombro amigo, um ouvido atento, o estender a mão, um cobertor no frio, um simples bolo com café, vai esquentar o coração de quem está próximo de você, e esta pessoa, através do seu gesto, será alcançada por Jesus. Fomos alcançados por Jesus para sermos sal e luz, ou seja, dar sabor à vida e brilhar a luz de Cristo em meio a um sistema corrompido pelo pecado.
         Fazer missões não é algo que agendamos, precisa ser um estilo de vida, algo que faço naturalmente onde quer que eu esteja. Proclamar o evangelho é servir àquele que está próximo a mim, seja qual for a sua necessidade, seja o pão material ou o espiritual.
          O seu campo missionário são os que estão próximos de você e ainda não conhecem o grande amor que salva, liberte, transforma, acolhe, olha com misericórdia e concede graça imerecida, Cristo Jesus.
          Que você possa ainda  hoje ser  um instrumento de salvação nas mãos do amoroso Deus.
          Só para lembrar:  “Nos não podemos deixar de falar das cousas que vimos e ouvimos.” Atos 4:20.
          Grande abraço!!!!


27 de março de 2013

Dê à sua família um lugar de honra






          Li em um dos muitos livros que já utilizei nos pequenos grupos de mulheres , uma frase que me fez pensar: “Não dê a outros o que você não deu primeiro em casa.” Assim que li, lembrei  de uma entrevista que assisti com a Zélia Gattai esposa do escritor Jorge Amado. A entrevistadora  perguntou sobre o segredo de tantos anos de casados, ela respondeu mais ou menos assim: “Procuro sempre tratar o Jorge como visita.” Acho que entendi o que ela queria dize, ou seja, não nos aborrecemos com os pequenos deslizes das visitas e sempre lhes  oferecemos o melhor, assim deve ser com o cônjuge também.
          Já percebeu que quando a visita derruba café na nossa linda toalha simplesmente dizemos: “não tem importância, depois eu lavo." Mas,  quando o filho de cinco anos derruba suco de beterraba na toalha branca recém-colocada na mesa, então..., a paciência vai para longe; a criança é arrancado da mesa, colocada de castigo, além de ouvir um monte de vitupérios. Não é exagero! Isso acontece o tempo todo em muitos lares. No seu também?
           Já viu na casa da vovó, louças lindas e muito bem arrumadas no armário com portas de vidro, para que todos contemplem? A vovó só usa quando tem visita, para a família serve nos pratos velhos. Uma mulher em um dos pequenos grupos que liderei disse que a sua mãe tinha guardado por anos, vários presentes de casamento que nuca havia usado, estava à espera de alguém importante, uma ocasião especial. A filha disse que a mãe  faleceu sem nunca ter usado as louças, toalhas e lençoes que tinha ganhado de presente.
          A autora  do livro que citei, narra,  que certo dia, fez um delicioso jantar para uma vizinha (que ela não conhecia), que   tinha acabado de voltar do hospital com um bebê recém nascido. Ela gastou toda a sua tarde naquele jantar. Fez pratos deliciosos e sofisticados, queria muito ser gentil, afinal aquela mãe não teria tempo, nem condições de ir para a cozinha preparar o jantar da família. Só que, sua filha perguntou a caminho para a casa da vizinha, o que eles teriam para jantar quando retornasse, só nesse momento, ela lembrou que gastara tempo em um jantar especial para a vizinha, que não conhecia, e esquecera a sua própria família, que comeria cachorro quente naquela noite. Desde então sempre presenteava alguém com um dos seus deliciosos quitutes, fazia um igualzinho para a sua família ou então levava faltando  três porções, os da sua família é claro. Gostei! Não é errado cuidar dos outros, a Bíblia nos ensina a amar o próximo, mas não devemos negligenciar a nossa casa. A nossa família é o bem mais precioso que temos e deve ter lugar preferencial em nosso coração, na nossa agenda, nas nossas escolhas de cada dia.
          Não adianta ter um coração piedoso para com os de fora se na nossa casa não formos piedosos também. A toalha pode ser lavada, o copo quebrado pode ser substituído, mas os momentos em família que perdemos,  o tempo não traz de volta. O tempo gasto com os outros em detrimento da nossa família, não vai voltar, passou. Vejo pais gastarem horas no celular conversando com amigos, conhece tudo sobre os amigos, mas não conhece o próprio filho.  Cônjuges gentis e educados com os de fora, mas extremamente irritados com os de casa. Professoras dedicadas em sala de aula, mas em casa, mães negligentes, estressadas. A Família deve ter lugar de honra em nosso coração, não vale a pena, nem é saudável levar tudo ao pé da letra, tem muita coisa boba que dá para relevar. Por que brigar por uma toalha molhada em cima da cama, ou porque o filho quebrou um prato? Às vezes fazemos um cavalo de batalha, uma tempestade em copo d’agua por coisas tão insignificantes!
           Um ótimo exercício na hora desses conflitos é perguntar: Se fosse uma visita, como eu reagiria? Com certeza com mais paciência e consideração. Dê à sua família um lugar de honra.
          

Ah! O livro que citei é: George, Elizabeth. Uma Mulher segundo o coração de Deus. São Paulo, Hagnos, 2004.
(Muito bom para trabalhar com discipulado ou pequeno grupo de mulheres)


16 de março de 2013

Papa e papas




          A imprensa do mundo inteiro esteve com as suas lentes voltadas para o Vaticano. A renúncia de um Papa encheu o mundo de espanto. Não importando os motivos que levaram Bento XVI a renunciar, é fato que foi uma atitude louvável. Muitos quando chegam ao poder não querem mais sair, mesmo quando esse poder se torna  sufocante. Deixar o poder é um exercício para poucos. Sábios são os que entendem que sair de cena, muitas vezes, pode ser a melhor solução para o coletivo.
          Fico me perguntando o quanto seria saudável, para muitas denominações evangélicas que vivenciaram rachas institucionais e sofreram e sofrem as consequências das divisões até hoje, se os que estavam no poder tivessem tomado a mesma atitude de Bento XVI e descido do pedestal?  Muitos permanecem no poder pela autoimposição, pela manipulação, pelo apego ao estrelismo, à popularidade, aos aplausos, ao conforto da posição, por gostar de mandar e desmandar, de serem os donos da verdade. Alguns desses “papas” estão travestidos de bondade, se escondem atrás da fala bonita, encantam pela oratória, todavia, permanecem alienando o rebanho que a ele dá toda glória, totalmente distantes do Jesus dos Evangelhos. Quando o Diabo quis seduzir Jesus prometendo os reinos do mundo “[...] Jesus lhe disse: ‘Retira-se, Satanás! Pois está escrito: ‘Adore o Senhor, o seu Deus, e só a ele preste culto”.
          Subir no pedestal é fácil, difícil é descer e permanecer admirável.



14 de março de 2013

Distribua alegria



         Encontrei na internete uma dinâmica interessante que resolvi aplicar no meu grupo de mulheres da minha igreja. A dinâmica se chama “Presentes de alegria”. Entreguei para cada mulher um cartãozinho que fiz com muito carinho durante a tarde e pedi que escrevessem nele uma mensagem para a pessoa que estivesse do  lado direito. A mensagem não deveria ser vaga, mas ressaltar as virtudes, os talentos, as  habilidades da pessoa mencionada. Assim que terminaram de escrever, solicitei que ficassem de pé e entregassem o cartão com um afetuoso abraço, afinal se tratava de um presente e presente não se entrega de qualquer jeito.
        Geralmente ficamos muito preocupados quando vamos presentear alguém, queremos agradar sempre, então entramos em desespero  tentando  descobrir o presente ideal. É muito bom dar e receber presente, mas nem sempre é necessário gastar dinheiro para presentear, um elogio com sinceridade toca muito mais o coração do que um presente caro entregue com frieza, apenas pela obrigação da data especial.
         Sempre me lembro, e não canso de mencionar, a experiência que tive com um garotinho do projeto social que coordenei. No dia do seu aniversário ele ganhou uma linda roupa e um cartão da sua madrinha afetiva. O presente ele pediu para eu guarda até a hora da saída, o cartão, ele colocou no bolso e foi brincar, era a hora do recreio. Ainda recordo como hoje, ele estava brincado e de repente parava tirava o cartão do bolso, lia, dava um sorriso e continuava a brincar, fez isso várias vezes durante aquela tarde.
         Essas mensagens que a gente entrega e ganha, são verdadeiros presentes de alegria, não custam nada, só o tempo de pegarmos um papel e depositarmos nossos sentimentos, o quanto a pessoa que vai receber é importante para nós. É tão bom saber o quanto somos admirados, amados, valorizados, respeitados, aceitos principalmente pelos que estão próximos de nós.
        Quando vi tantos sorrisos nos rostos das mulheres ao ler suas mensagens, entendi o nome da dinâmica. O elogio sincero faz bem ao coração, alegra e eleva a autoestima.
         No dia seguinte coloquei em prática na minha casa também. Escrevi uma mensagem para o meu esposo, e coloquei dentro da carteira,  que ele só foi dar conta algumas horas mais tarde, quando precisou pegar o dinheiro para abastecer o carro, ao chegar em casa me agradeceu com um beijo e um enorme sorriso. De vez em quando também distribuo presentes de alegria para a minha filha escrevendo na agenda da escola.
         Quem merece presentes de alegria hoje? Que tal começar a distribuir agora?  Pode ser para o cônjuge, filhos, parentes, amigos, colegas de trabalho e não precisa ser necessariamente escrito, pode ser verbalizado, todos os dias, não importando a ocasião. Todo dia é um dia especial, é dia de expressar o amor e semear alegria nos corações daqueles que nos cercam e são importantes para nós.
          Vamos começar?   

1 de março de 2013

Creio no Jesus dos Evangelhos

          Para Mahatma Gandhi Jesus não passou de um grande professor de ética, ironicamente, alguns cristãos  passaram a crer assim também. Para mim Ele é muito mais, é Salvador. Creio no Jesus dos evangelhos que disse: Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai a não ser por mim." (João14:6)  "Eu sou a luz do mundo. Quem me segue, NUNCA andará em trevas, mas terá à luz da vida." (João 8:12). “Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá; e todo aquele que vive e crê em mim nunca morrerá.” (João 11:25). Não dá para compará-lo a um filósofo da moral, Ele é: "Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz." (Isaías 9:6)

22 de janeiro de 2013

Cristianismo solitário - uma opção danosa.


          
          A caminhada do discípulo de Cristo é uma caminhada de comunhão. Jesus nos chamou à comunhão. É no ambiente eclesiástico que aprendemos a importância dos relacionamentos para o crescimento espiritual. É na convivência que descobrimos, que para permanecermos juntos, precisamos perdoar, cuidar, estender a mão, servir, compreender, aceitar, admoestar, visitar, repartir, etc. Não dá para aprender essas coisas vivendo um cristianismo solitário, na verdade, particularmente, eu nem acredito ser possível viver o cristianismo distante do coletivo. Perdemos muito quando nos isolamos, pois nos tornamos autossuficientes e dizemos para o próximo, que sem ele, é melhor. É aí que entramos em contradição. A palavra de Deus, nas cartas de João, repete constantemente que devemos amar uns aos outros. Como posso amar sem estar junto? Como posso amar a Deus e me declarar seguidora de Jesus, se não amo a sua criação?
          É incoerente seguir a Jesus divorciado da sua igreja. Embora existam movimentos religiosos que fazem o nosso estomago revirar, há igrejas saudáveis procurando em tudo glorificar ao Senhor. É fundamental refletir que igreja não é uma comunidade de santos glorificados, mas de pecadores arrependidos,  que foram aceitos mediante a graça do Senhor.
          É pura graça, sem ela não somos nada, através dela nos tornamos benditos do Senhor. É necessário antes de atirarmos  pedra na igreja, olharmos para o outro pelas lentes da graça, é assim que o Senhor  nos olha e nos aceita. Graça, pura graça. A graça deixa a igreja bonita, ela é o adorno da noiva de Cristo.
         Oxalá que todos os discípulos de Jesus usassem as lentes da graça para olhar para o seu irmão, teríamos mais comunhão, menos divórcios espirituais, mais apaixonados por Jesus, menos egoístas e mimados nas nossas igrejas.
          O cristão que se isola está dizendo para o mundo que é melhor do que os outros, que nenhuma igreja serve para ele, que não consegue conviver com a noiva de Cristo e por isso, se divorcia. Se não consegue caminhar com a igreja  aqui, com certeza, não vai querer morar no céu onde estarão reunidos pessoas de todas as tribos, raças e nações louvando a Deus.
          Quando um cristão diz não à igreja, quando ele se divorcia da igreja, ele deixou de ser cristão, pois não dá para seguir Jesus longe da sua igreja. Igreja é o lugar onde aprendemos o que é servir e amar a Jesus. É amando o meu próximo que amo a Deus. Na solidão amo apenas a mim mesmo, os meus valores, as minhas convicções, o meu jeito de agir, fico dessa forma mais pobre, pois é no coletivo que enriqueço a minha caminhada como pessoa.

Como você gostaria de ser lembrado?

 Como você gostaria de ser lembrado?  "...havia em Jope uma discípula chamada Tabita, que em grego significa Dorcas; que se dedicava ao...