12 de maio de 2012

JÁ ENTRARAM TODAS AS CRIANÇAS





Quando a noite vai chegando penso ás vezes

numa velha casa na colina

e em um quintal vasto e florido

onde as crianças brincavam a vontade.

É quando a noite chega enfim, aquietando

a alegre e barulheira

mamãe dá uma olhada e pergunta –

já entraram todas as crianças?

Oh! Já faz muito, tempo isso,

e a velha casa na colina

já não ressoa com passos infantis

e o quintal está quieto, muito quieto.

Mas vejo toda a cena quando as sombras chegam,

e embora muitos anos tenham passado

posso ouvir mamãe perguntar

– já entraram todas as crianças?

Pergunto-me se quando chegarem as sombras do

último e breve dia da terra,

quando nos despedirmos do mundo lá fora

cansados das nossas brincadeiras infantis

quando pisarmos a outra terra

onde mamãe há tanto tempo já está

ouviremos sua pergunta como antigamente fazia:

já entraram todas as crianças?

                                                                - Anônimo



          Li esse poema pela primeira vez no livro do James Dobson¹ – Conversa Franca. Já li e reli algumas vezes e sempre que leio me lembro da minha avó, Cecília. Vozinha morava em frente a minha casa, era evangélica desde mocinha e muito temente a Deus. Lembro que todos os dias de tardezinha tinha culto familiar na casa dos meus avós. Os filhos que moravam perto participavam sempre, os que moravam distantes compareciam pelo menos uma vez por semana.

          Além dos tios, os primos também compareciam, só que, para brincar. Eu não gostava muito quando brincando de pega, pega passava pela sala, porque  vozinha, de olhos fechados, passava a mão e nos puxava para a oração, ela segurava bem firme a nossa mão para não soltar. Dona Cecília era intercessora e na sua vez de orar citava nominalmente todos os filhos, noras, genros, netos, sobrinhos, enfim, todos os parentes, eis o motivo de eu não gostar dessa reunião, é que, para uma criança, é difícil participar de orações tão compridas.

           Dessa infância ficou o ensinamento de como é importante ensinar a criança o “caminho em  que deve andar”. Todos os filhos de vozinha são evangélicos, alguns já moram no céu e apenas um enquanto ela era viva, não tinha ainda se convertido, se converteu alguns anos após a morte de vozinha e esse tio há pouco foi também morar no céu.

          Quantos dos nossos filhos têm presenciado cenas tão marcantes de busca da intimidade com Deus? Quantos filhos veem seus pais lendo a Bíblia, orando e obedecendo? Quantos pais oram diariamente com os seus filhos?  James Dobson diz que desde o nascimento dos filhos, uma vez por semana, jejua em favor dos mesmos e que o seu bisavô, todos os dias, entre onze e meio dia, tirava para orar pela família.

          Dona Cecília  intercedia diariamente para que todos os seus pudessem um dia morar com o Deus que “amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho Unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”(João 3:16)



¹ James Dobson é professor, psicólogo e pediatra norte americano e autor de muitos livros. Indico os que já li: Coragem para os pais; Conversa Franca; Como lidar com a teimosia de seu filho.

Um comentário:

Alyne Afonso disse...

Lindo! Também li conversa franca e estava procurando esse poema pela internet. Foi bom conhecer seu blog!

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