23 de agosto de 2012

Não quero mais andar...



        Dezessete anos de caminhada ministerial me proporcionou  muitos momentos edificantes, conheci e convivi com pessoas maravilhosas, algumas ainda caminham comigo. Porém há pouco percebi claramente o tempo perdido com causas sem importância.
          Quando enfrentamos a adversidade de frente, saímos mais amadurecidos, pelo menos sabemos quais caminhos não queremos trilhar. Hoje sem culpa alguma sei o que não quero mais na minha caminhada com a igreja. Não quero uma agenda superlotada onde não sobra espaço para a minha individualidade, nem para a família;  não quero mais cuidar de quem não quer avançar, que não consegue sonhar, projetar; não quero andar com pessoas que se dizem discípulos de Jesus, mas são mesquinhas, egoístas e nunca estão dispostas a caminhar a segunda milha; não quero mais tentar agradar, nunca agradamos;  não quero mais caminhar com quem coloca a instituição acima das pessoas; não quero mais caminhar com quem não valoriza as amizades; não quero caminhar com os dissimulados, que não tem coragem de mostrar a verdadeira cara; não quero andar com os intelectuais que só conseguem dialogar com os seus iguais; não quero mais andar com igreja personalista, que tem na figura do líder o máximo da sabedoria; não quero andar com quem não tem opinião, mas mudam o discurso de acordo com os seus líderes e não por convicção; Quero caminhar com quem está disposto apesar das quedas, lutas, limitações, adversidades,  a depositar a esperança no Senhor e salvador Jesus Cristo; quero andar com quem tem o coração aberto para acolher a todos independente de posição social; quero andar com quem gosta de orar, de ler a Palavra, de evangelizar, de adorar; quero andar com quem torna a caminhada leve, que é reflexivo de verdade e não apenas no discurso; quero andar com quem quer ser ajudado e quer ajudar; quero andar com os que amam as causas sociais na prática e desperta nos outros o desejo de servir; quero andar com quem não tem pressa, que aprecia o momento, que olha nos olhos, que presta atenção nos detalhes; quero andar com quem mesmo pensando diferente de mim, me respeita...
         Recomeçar, romper com o passado, mudar de direção, não é fácil, reque reflexão, humildade, oração e coragem, mas é preciso repensar para não morrer na caminhada.


2 comentários:

Rute disse...

Sua reflexao expressa com muita propriedade o que vale e o que nao vale a pena na nossa caminhada ministerial. O bom de tudo e' que voce chega nessa reflexao afunilando o que e' essencial. gastamos muito tempo e energia com coisas que nao importam e isso e' cansativo e contraproducente.
obrigada por mais uma reflexao edificante.

Lécia Salles disse...

Rute chega um momento na vida da gente que a ficha cai de verdade, parece que havia um véu em meus olhos. Não foi fácil perceber que durante tanto tempo para muitos que eu julgava amigos, não passávamos de um funcionário da igreja. Essa é a dura realidade em algumas denominações que não valorizam seus pastores.Quanto tempo perdido! digo perdido porque não mudaram apesar dos conselhos, ensinamentos, visitas, continuam mesquinhos, mimados, hipócritas, cheios de si e distantes muito distantes do que seja ser discípulo de Jesus Cristo, parecem mais com aqueles homens que levaram a mulher adúltera até Jesus, pessoas que vivem com pedras nas mãos prontos para apedrejar ao invés de amar. Com esses de verdade não quero andar.
Beijos querida, seus comentários enriquece esse blog.

Dorcas, uma mulher que inspira

 Dorcas, uma mulher que inspira?  "...havia em Jope uma discípula chamada Tabita, que em grego significa Dorcas; que se dedicava ao min...