"Uma
das melhores narrativas que temos da época do martírio dos cristãos é a que
saiu da pena de Perpétua, uma jovem de Cartago ( que ficava onde é hoje a
Tunísia, no Norte da África). Ela registrou a história de sua conversão e
prisão até a morte, em março de 205 AD. Tinha apenas 25 anos e era mãe de um
garotinho. Seu pai lhe pediu, várias vezes que renunciasse ao cristianismo,
pelo bem de seu filho e família. Perpétua
registrou seu último encontro com o pai, na ocasião em que estava perante o
governador Hilariano.
'Quando interrogados, todos
os outros admitiram sua culpa. Então, quando chegou a minha vez, meu pai
apareceu com o meu filho, me arrastou pelo degrau e disse:
Negue a sua fé - tenha pena de seu bebê!
Não negarei, repliquei.
Você é cristã?, perguntou Hilariano.
Eu disse: sim, sou.
Como meu pai continuasse a
tentar me fazer mudar de ideia, Hilariano ordenou que ele fosse jogado no chão
e que batessem nele com uma vara. Eu senti as varadas como se fossem em mim.
Depois o governador declarou nossa sentença: fomos condenados a ser jogados às
feras, e voltamos alegres para a prisão. ’
Um
espectador continua a história, descrevendo a morte dela. Foi despida e jogada
em uma rede. Mas a multidão ficou horrorizada ao vê-la com sua escrava Felícia,
nessa condição. Permitiram-lhes que cobrissem seus corpos, depois as colocaram
na frente de novilhos, que as chifraram. Perpétua levantou-se e pediu permissão
para arrumar os cabelos, já que acreditava que uma mártir não deveria morrer
despenteada, como se estivesse triste. As duas foram mortas pela espada dos
gladiadores.”
FONTE: Lutz, Larry – Mulheres que se
arriscaram por amor a Deus. Brasília: Vinde, 1998.
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